22 de outubro de 2010

Polícia na Unicamp

Ontem a polícia militar entrou no campus de Barão Geraldo da Unicamp para cumprir uma liminar do Ministério Público paulista contra a realização de festas e eventos sociais em geral organizados pelos estudantes. A seguinte nota foi distribuída na estrada do campus:




Reagindo à nota, os estudantes, em assembléia extraordinária realizada no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, decidiram por manter a festa e soltaram a seguinte nota à comunidade de Campinas e Barão Geraldo:

Carta aberta à Comunidade de Barão Geraldo e Campinas
Hoje, dia 21 de outubro, quinta-feira, nós estudantes da Unicamp, fomos pegos de surpresa com a presença de três viaturas da polícia militar em nosso campus, cumprindo uma ordem judicial proferida pelo Ministério Público, por pressão da AMOC, a fim de impossibilitar a realização de uma atividade social dos estudantes da Unicamp e da comunidade de Campinas.
Esse fato é mais uma medida da política de repressão que não somente nós, mas todos os movimentos sociais e políticos vêm sofrendo ultimamente. A entrada da Polícia Militar no campus e na Moradia Estudantil faz lembrar tempos sombrios de nossa história, e não pode ser naturalizada. Ela é um ataque a dita "autonomia universitária", interferindo no cotidiano da comunidade acadêmica. Nós entendemos que o espaço público deve estar à disposição irrestrita da população que a financia. Nesse sentido, nunca aceitaremos passivamente a entrada da polícia no campus e na Moradia Estudantil, bem como as negociatas da reitoria, AMOC, Ministério Público e polícia, para ditar de maneira truculenta como nos comportamos e relacionamos dentro da universidade.
Nós estudantes defenderemos sempre uma universidade democrática, em que seus espaços estejam sempre à disposição da população de Campinas. 
Assembléia Extraordinária dos Estudantes da Unicamp realizada após os acontecimentos do dia 21/10.


Durante a festa, 4 viaturas foram mobilizadas para marcar presença. 12 policiais.

Duas viaturas dentro do Ciclo Básico. Outras duas estavam estacionadas na rua.

Por um breve momento eles quiseram partir pra cima dos estudantes por conta de uma faixa que dizia "Lugar de coxinha é na padaria". No dia anterior, na mesma Unicamp, ocorreu isso:
Adagoberto Baptista
Agência Anhanguera de Notícias 
Uma quadrilha atacou na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e arrombou um caixa eletrônico na madrugada desta quinta-feira (21/10). Os assaltantes chegaram a render dois vigilantes da universidade, localizada no distrito de Barão Geraldo, região Norte de Campinas, para que agissem no caixa eletrônico do Banco do Brasil (BB), que foi estourado. O equipamento estava no Instituto de Economia (IE), localizado na Rua Pitágoras. A quantia roubada não foi divulgada por representantes do banco para a Polícia Civil até as 14h.
De acordo com relato dos vigilantes a policiais militares, dois bandidos desceram de um Fiat Marea com armas semelhantes a submetralhadora e fuzil e os renderam. Outros ladrões se encarregaram de arrombar o cofre do caixa eletrônico com maçarico. A ação durou cerca de 20 minutos. Foi o sexto ataque de bandidos em caixas eletrônicos da Unicamp neste ano e o segundo no Instituto de Economia. Deste total de seis ações, em uma delas os assaltantes não concretizaram o plano.

Flagrante

Mas não foi somente na Unicamp que os arrombadores de caixas eletrônicos agiram na madrugada de quinta-feira em Campinas. No Santander da Avenida Bento de Arruda Camargo, no Jardim Santana, também houve ação, mas sem êxito. Policiais militares do 8º Batalhão chegaram e prenderam um dos acusados, identificado na Polícia Civil como João Luís de Oliveira da Silva, de 21 anos. Um comparsa dele fugiu.
No banco foram apreendidos maçarico e diversas ferramentas. Silva foi levado para a Central de Flagrantes da Polícia Civil e autuado por furto qualificado (por causa do arrombamento). Depois foi encaminhado para a cadeia anexa ao 2º Distrito Policial (São Bernardo). 
Link original aqui
É corriqueiro o tipo de notícia, sempre no boca a boca, já que os jornais não publicam, de que alunos foram assaltados, suas repúblicas vítimas de arrastão e jovens estupradas. No entanto, polícia, o Ministério Público e a reitoria (por sua conivência) preferem focar suas energias em reprimir um grupo de estudantes universitários que só querem se divertira do que focar nos reais problemas do estado. Sinal claro que existe agora uma ação deliberada por parte do poder público paulista de impor um projeto moral sobre os moradores do estado. Nesse sentido, cada vez mais a universidade pública é vista como um espaço onde você chega, assiste sua aulinha e vai pra casa. Isso não pode acontecer!


19 de outubro de 2010

A revista mais combativa?!

Alguém sabe me explicar o que aconteceu com a IstoÉ?

Em 2008 tivemos isso:
Imagem de protesto do MST e do MAB contra a privatização da Cesp trazia a inscrição “Fora Serra”, que sumiu da foto publicada pela revista.
07/04/2008
Marcelo Netto Rodrigues e
Renato Godoy de Toledo da "Brasil de Fato"

A revista IstoÉ desta semana mostra – para poucos – que a campanha eleitoral já começou e de que lado está. Para proteger o PSDB e o governador de São Paulo, José Serra, a publicação, contrariando todas as regras do jornalismo, apagou a inscrição “Fora Serra” de uma foto feita durante um protesto do MST e do MAB contra a privatização da Cesp.
Mais que isso, o resultado visual inverte o significado da imagem que traz uma placa de trânsito “Pare”, como se quem devessem parar fossem os movimentos, e não as privatizações.
A adulteração de uma foto – passível de processo pelo detentor de seus direitos autorais, no caso a Folha de São Paulo – é plenamente possível hoje em dia com o uso de um programa para tratamento de imagens, como o Photoshop por exemplo, mas é prática condenada no meio jornalístico. O fato escancara o poder de influência camuflada que os meios de comunicação de massa tem para atuar como o que vem sendo chamado de “Partido da Mídia” (PM).
A foto adulterada, de autoria do fotógrafo Cristiano Machado, ilustra a matéria “ O MST contra o desenvolvimento” e mostra integrantes de movimentos sociais bloqueando a rodovia Arlindo Bétio, que liga São Paulo a Mato Grosso do Sul e Paraná, em protesto contra a privatização da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), no dia 24 de março (leia reportagem).
A legenda diz “A exemplo do que ocorreu em São Paulo, em protesto contra a privatização da Cesp, os sem-terra prometem parar estradas em todo o país nos próximos dias”.
A reportagem assinada por Octávio Costa e Sérgio Pardellas criminaliza os movimentos sociais sustentando que “os sem-terra ameaçam empresas e investimentos que geram empregos e qualidade de vida”, sem mencionar que a Aracruz Celulose, a Monsanto, a Cargill, a Bunge e a Vale – citadas pela matéria como exemplos de empresas prejudicadas – respondem a acusações de destruição do meio ambiente, desrespeito aos direitos de povos tradicionais, como quilombolas e indígenas, e exploração de trabalhadores. A matéria tenta desautorizar o MST como um ator político que vá além da luta pela reforma agrária. Diz que “desde 2006, o MST lidera ataques à globalização, ao neoliberalismo e às privatizações – algo que nada tem a ver com a sua luta original”.
Nada é por acaso
A editora Três, que publica a revista IstoÉ, é controlada pelo acionista majoritário do banco Opportunity, Daniel Dantas. O banqueiro tem ligações com fundos de pensões, além de uma participação ativa no processo de privatizações de estatais sobretudo durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Em 2007, Dantas superou a concorrência da Rede Record e comprou 51% das ações da editora Três, que estava à beira da falência.
O banqueiro tem uma trajetória de proximidade com outros partidos de direita como o DEM, sobretudo com o falecido político baiano Antonio Carlos Magalhães. Também foi sócio do publicitário tucano Nizan Guanaes. Por diversas vezes, foi alvo de investigações e respondeu a crimes como espionagem e formação de quadrilha. Quando estava à frente da Brasil Telecom, foi acusado de contratar a empresa Kroll para espionar a Telecom Italia.

A página original dessa notícia não existe mais no portal Brasil de Fato. O texto acima foi retirado do blog ParouParou. Link para ele aqui.

Semana passada a VEJA dá essa capa:

A imagem está bem ruim. Foi retirada do site da própria Veja.

Dai essa semana a IstoÉ dá essa:

Imagem ridiculamente pequena retirada do site da IstoÉ
 O que aconteceu com essa revista? Alguém sabe me explicar?

12 de outubro de 2010

Subentendido

Hoje, feriado nacional de Nossa Senhora Conceição de Aparecida, padroeira desse Brasilzão, fiquei em casa com minha mãe. Católica, ela assistiu a missa das 10h pela televisão, na TV Aparecida, diretamente do "maior santuário mariano do mundo". Enquanto acordava ouvi o padre avisar presentes e telespectadores que o candidato José Serra, assim como o recém eleito governador de São Paulo Geraldo Alckmin e todo um agrupamento de "autoridades" estariam presentes. Durante a missa, com direito a hino nacional, vez ou outra a presença dos dois era lembrada. Alckmin chegou a participar lendo um trecho da Bíblia e Serra foi chamado de governador, em ambos os casos seguido por longas palmas.

Todo 12 de Outubro tem um político em Aparecida, mas esse ano a coisa religiosa está em alta. Todo mundo quer ser católico, ou só religioso, pra não pegar mal com esse povo todo que crê em Deus, toca a vida de acordo com preceitos bíblicos e, principalmente, leva isso em consideração na hora de votar. Não sei qual a porcentagem dos brasileiros se encaixa nessa descrição, mas os candidatos e os líderes de campanhas devem ter os números e esses números devem ser bastante altos, a julgar pelo empenho na questão.

Ataque

Confesso que estava alheio a esse debate, mas logo após o primeiro turno foi impossível continuar assim. Comecei lendo isso:
5 de outubro de 2010 às 20:41
Marco Aurélio Garcia: “Manchete da Folha é mentirosa”
por Conceição Lemes
Manchetão da Folha de S. Paulo de hoje repercutiu em toda a imprensa. 
“Só que a manchete da Folha é mentirosa”, detona o professor Marco Aurélio Garcia. “O aborto não consta do programa de governo da candidata do PT. Portanto, é impossível retirar uma coisa que não tem.”
“O Serra tenta fazer do aborto uma questão central do segundo turno para desviar o foco do debate de programa de governo, que ele não tem”, afirma Marco Aurélio. “Aí, parte para uma guerra suja, para desqualificar a nossa candidata. E como não tem coragem para assumir a paternidade a sordidez, ele a terceiriza para os seus paus-mandados.”
O professor Marco Aurélio Garcia é coordenador de programa de governo da candidata petista. A partir de hoje passa a ter maior participação na coordenação da campanha, do qual já é um dos coordenadores.
A mensagem sobre aborto postada no twitter por André Vargas, deputado federal (PT-PR) e secretário nacional de comunicação do PT,também gerou muita crítica hoje, principalmente na internet.
“Além de inoportuna”, reagiu Marco Aurélio, ” é uma declaração injusta com as feministas.”
André Vargas disse no twitter: “Foi um erro ser pautado internamente por algumas feministas. Eu e outros fomos contra [a descriminalização do aborto]”.
“A declaração dele [André Vargas] é inoportuna, pois é uma questão que não pode ser discutida de forma simplista”, explica Marco Aurélio. “Injusta, porque as feministas não estão exigindo que incluamos o assunto neste momento no debate. Não podemos ganhar uma eleição usando o discurso ofensivo, discriminatório, da direita. Portanto, repelimos totalmente esse tipo discurso. A Dilma não é a favor do aborto, mas entende que ele tem de ser discutido no âmbito da saúde pública e das respostas da saúde da mulher.”
Aliás, saúde (implica fortalecimento do SUS), educação (de melhor qualidade) e segurança pública serão as três áreas prioritárias do futuro governo Dilma, que já as discutiu com os governadores eleitos.
“Serão os governadores que darão sustentação a esse programa”, diz Marco Aurélio. “O Rio de Janeiro é uma prova de que isso dá certo. A parceria do governo federal com o estadual está dando bons resultados na segurança pública. Já em São Paulo, onde isso não acontece, a política de segurança pública fracassou.”
Os três pontos prioritários já são compromissos do programa de Dilma. Só que agora a campanha pretende explicitá-los mais.
“O que está em jogo são dois projetos”, ressalta Marco Aurélio. “O da oposição, que é um projeto neoliberal. E o nosso que privilegia a melhor educação, reduziu a mortalidade infantil, tirou 30 milhões de pessoas da linha abaixo da pobreza, gerou 14 milhões de empregos com carteira assinada, entre muitas conquistas. A sociedade não é composta por um bando de imbecis, como imagina a oposição. Ela vai saber escolher qual projeto tem realmente mais compromisso com a vida.”
“Para isso, pedimos desde já aos militantes e simpatizantes do PT, PMDB, PCdo B, PSB, PDT, que nos ajudem a divulgar esses compromissos do governo e a desmascarar as mentiras do esquema Serra”, arremata Marco Aurélio. “Nós não queremos apenas vencer. Queremos uma grande vitória que legitime ainda mais o governo da futura presidente do Brasil, Dilma Rousseff.”
(link original: http://www.viomundo.com.br/politica/marco-aurelio-garcia-manchete-da-folha-e-mentirosa.html)
Como um jornal dá manchete de capa para uma notícia inexistente? Jornal pautado. Não é jornalismo, é panfletagem política disfarçada. Usam a  polêmica da religião para redistribuir o eleitorado. Mas a Dilma reagiu no debate da Band, acusou a mulher do Serra, Mônica, de ser uma das cabeças da campanha difamatória, outra cabeça seria o Índio, da costa.
Mônica Serra diz desconhecer crítica de Dilma
No intervalo do debate, mulher de Serra afirmou não saber o motivo de ter sido citada pela candidata petista em tema sobre aborto
Nara Alves, iG São Paulo | 10/10/2010 22:53
A mulher do presidenciável tucano José Serra, Mônica Allende Serra, citada pela candidata à Presidência petista, Dilma Rousseff, no primeiro bloco do debate realizado neste domingo pela TV Bandeirantes, afirmou durante o intervalo “não saber” sobre o que a ex-ministra se referia ao mencioná-la em uma resposta sobre aborto. A candidata do PT fazia menção a uma frase em que Mônica teria dito que ela seria a favor “de matar criancinhas”, durante corpo a corpo com eleitores em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, no mês de setembro.
Já o candidato a vice na chapa de Serra, o deputado Indio da Costa (DEM-RJ), não quis comentar o assunto, respondeu apenas "sou só amor". Enquanto isso, o coordenador da campanha tucana, Sérgio Guerra, comemorava os ataques de Dilma no confronto: "Deixa ela falar".
Guerra, que é senador por Pernambuco, gabou-se ainda de ter “acertado o placar” Serra versus Dilma nas eleições no primeiro turno no Nordeste. "Eu falei bem no começo que nós tínhamos um patamar mínimo de 35% no Nordeste, mas agora vai ser mais", disse. Ao ser perguntado pelo iG para quanto iria esse número, ele brincou: "Preciso observar mais, senão vou ficar igual aos institutos de pesquisa..."
(link original: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,mulher-de-serra-faz-campanha-no-rio-e-ataca-dilma,609885,0.htm)
Mas...
Mulher de Serra faz campanha no Rio e ataca Dilma
14 de setembro de 2010 | 19h 41
GABRIELA MOREIRA - Agência Estado
Anunciando a quem passasse: "Sou a mulher do Serra e vim pedir seu voto", Mônica Serra, passou a tarde de hoje em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, acompanhada do candidato a vice na chapa encabeçada por José Serra (PSDB), Indio da Costa (DEM). Na cidade que foi governada pelo candidato ao senado Lindbergh Farias, do PT, nos últimos cinco anos, a mulher de Serra partiu para o ataque à adversária do marido, a petista Dilma Rousseff.
A um eleitor evangélico, que citava Jesus Cristo como o "único homem que prestou no mundo" e que declarou voto em Dilma, a professora afirmou que a petista é a favor do aborto. "Ela é a favor de matar as criancinhas", disse a mulher de Serra ao vendedor ambulante Edgar da Silva, de 73 anos.
Na caminhada pelo centro da cidade, Mônica ainda parou para conversar com taxistas, mulheres, vendedoras de lojas e jornaleiros. Sobre sua participação na campanha, disse que tem montado a agenda em locais em que tem a oportunidade de conversar com líderes comunitários.
"Minha diretriz é conversar com a população, de fato. Não só ir para eventos, para agitação de bandeiras. Embora isso tenha importância para a militância e para o partido, as necessidades locais são muito importantes", afirmou. Depois da caminhada por Nova Iguaçu, Mônica e Indio inauguraram um comitê de campanha em Petrópolis. Amanhã, a primeira dama passa o dia em gravações em São Paulo.
Sobre a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que o DEM, partido de Indio da Costa, deveria ser "extirpado" do cenário político nacional, o candidato a vice afirmou que o presidente mostrou o que pensa. "Ele falou o que realmente pensa. Ele não é contra o Democratas, é contra a democracia", disse.
(link original: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,mulher-de-serra-faz-campanha-no-rio-e-ataca-dilma,609885,0.htm
... ela mentiu!

Reação

Gabriel Chalita já foi aliado de Alckmin...
18/09/2009 às 4:21
PT quer Chalita no palanque de Dilma
Por Julia Duailibi e Clarissa Oliveira
O vereador paulistano Gabriel Chalita (PSDB) avisou o ex-governador e padrinho político Geraldo Alckmin que sairá do partido. Com um pé no PSB, Chalita se reúne hoje com o comando do PT, com o qual flertou e para o qual cogitou mudar, a fim de dar andamento às discussões sobre uma composição em 2010. A ida de Chalita, vereador mais votado em 2008, para a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fortaleceria o palanque da pré-candidata, Dilma Rousseff, no maior colégio eleitoral do País, governado desde 1995 pelo PSDB.
O PSB espera a filiação de Chalita já na semana que vem. Anteontem, o vereador conversou em Brasília com o presidente do partido, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Pelo PSB, Chalita deve disputar uma vaga ao Senado - embora tenha sido sinalizada a hipótese, pouco provável, de concorrer ao governo do Estado. O cenário hoje é o de dobradinha com Aloizio Mercadante (PT), candidato à reeleição. A negociação acirra também a disputa interna no PT paulista. O time da ex-ministra Marta Suplicy sonhava em tê-la na corrida por uma cadeira no Senado.
Chalita esteve recentemente com o presidente do PT, Ricardo Berzoini, e com a pré-candidata do partido à Presidência, Dilma Rousseff. Deixou claro ao comando petista que tem uma “grande simpatia” por Dilma, resultado dos dois encontros que teve com a ministra. Pesquisas qualitativas encomendadas por ele, no entanto, mostravam que não seria bem vista pelo eleitorado sua mudança para o PT, ferrenho opositor dos tucanos em São Paulo. A alternativa seria outro partido da base. Na terça-feira, ele se encontra com a presidenciável do PV, Marina Silva. Deve recusar o convite dos verdes, por avaliar que o partido tem pouco tempo de televisão.
(link original: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090918/not_imp437108,0.php)
 ... hoje é a arma do PT para ajudar Dilma com a questão religiosa:
05/10/2010 - 09h00
Chalita ajudará PT a avançar entre religiosos
DANIELA LIMA DE SÃO PAULO
Eleito deputado federal com a segunda maior votação do Estado, Gabriel Chalita (PSB), ex-secretário de Educação de Geraldo Alckmin (PSDB), tornou-se aliado de primeira hora da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. Ex-tucano, diz que não admira José Serra (PSDB). 
Com 560 mil votos e forte ligação com a ala carismática da Igreja Católica, será uma das armas do PT para avançar entre os religiosos. "Vou me empenhar pessoalmente nisso", afirmou em entrevista à Folha. Confira os principais trechos da conversa.
O sr. ganhou espaço na campanha de Dilma Rousseff. Como é a sua relação com ela?
Gabriel Chalita - Eu respeito muito a Dilma e outros nomes do PT. Dei a ela o que pude de sugestões, principalmente na área da educação. Por outro lado, tenho amizades no PSDB. Torci pela vitória do Antonio Anastasia, em Minas, e creio que o Geraldo Alckmin fará grande governo. Política é construir pontes, e eu fiz isso.
O sr. não falou de José Serra. Qual a sua opinião sobre ele?
O Serra tem qualidades. Mas, pessoalmente, não é um político que eu admire.
Como o sr. avalia a polêmica em torno da posição de Dilma Rousseff sobre o aborto?
A crítica é boa quando baseada em fatos. Mas essa tentativa de desconstruir pessoas com boatos é muito ruim. Dilma nunca disse ser a favor do aborto. Ela se posicionou, abordando o tema como uma questão de saúde pública. Eu particularmente sou contra. Mas a questão central nesse caso é a boataria. Isso aconteceu com o Lula, em 2002. Diziam que ele ia mudar as cores da bandeira e fechar igrejas.
O sr. tem uma relação muito forte com a ala carismática da Igreja Católica. Vai se empenhar para desmentir esses boatos entre os religiosos?
Me empenharei pessoalmente nisso. Não é só uma defesa da Dilma, mas da maturidade no debate político.
O sr. acha que a Igreja contribui para o debate político?
Contribui, mas quando não usa a instituição para influenciar o voto. É importante que a igreja promova o debate, para que os fiéis saibam como pensam os candidatos. Mas o Estado é laico e acho que ele tem que ser laico. Ninguém ouviu o cardeal de São Paulo [dom Odilo Scherer] ou o arcebispo do Rio de Janeiro [dom Orani João Tempesta], declarando votos. Eles foram prudentes.
O sr. é candidato a assumir o Ministério da Educação?
Sou candidato a fazer a lei de responsabilidade da educação, que é uma lei que estabelece sanções a quem não cumpre metas. O que falta no Brasil é continuidade. Temos bons projetos.
Mas o sr. sonha em assumir a pasta?
Não. Não penso nisso. E acho que nem ela [Dilma Rousseff] pensa nisso. Seria indelicado começar a pensar no governo sem estar eleita. 

(link original: http://www1.folha.uol.com.br/poder/809871-chalita-ajudara-pt-a-avancar-entre-religiosos.shtml)
Pois ontem Gabriel Chalita foi com Dilma à Basílica de Aparecida. Uma tentativa de fortalecer a imagem da candidata junto ao eleitorado religioso, acabar com essa discussão toda, por um ponto final e ainda por cima conseguir capa nos jornais impressos NO dia da padroeira, dia seguinte. Uma jogada e tanto, mas...

Contra-ataque


... não adianta fazer a lição de casa. Se o jornal (Folha) quer te ferrar, ele te ferra, e na capa! Mas pra fingir que não te ferrou, ele coloca dentro no jornal, na página A4, uma foto um pouco melhor...


... mas daí te ferra na legenda!

A mídia, enquanto partido político organizado mas sem legenda (PiG é informal, ainda) quer guerra. Qualquer bobagem vira pauta!

5 de outubro de 2010

Mais uma da Falha, o Jornal do Futuro...

Muita gente critica a Folha pelo seu partidarismo velado, que apoia o Serra sem de fato declarar tal apoio. Uma critica justa e válida. Fazendo isso o jornal assume uma posição panfletária suja, que confunde o leitor. O sujeito lê uma notícia sobre o governo federal, PTista, e não tem o filtro necessário para saber ler aquilo que está diante de seus olhos. Confunde a panfletagem com fato, o que acaba com a credibilidade do veículo.

Mas não é só posicionamento político velado que faz mal, burrice também faz. Quer um exemplo? Aqui vai:

http://www1.folha.uol.com.br/poder/809914-senado-rejuvenesce-e-fica-mais-milionario.shtml

Na reportagem do link acima aparecem os seguintes parágrafos:
Outro novato é o ex-prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT-RJ), 40.
O mais jovem no Salão Azul é o professor universitário Randolph Frederich Alves (PSOL), "Randolfe" na urna, de 37 anos, eleito no Amapá.
No final do texto um infográfico enorme, de onde destaco o seguinte fragmento:

Ou seja, o podre do infografista não sabe distinguir 'novato' de 'mais jovem', e pior, não sabe nem que 37 é menor que 40! Não sabe o infografista, o revisor, o editor...

[ATUALIZAÇÃO]

A Folha tirou o infográfico da notícia. ou seja, você não poderá ve-lo no link destacado acima, terá de confiar em mim...

3 de outubro de 2010

Só para ser preso...

Segundo ministro do TSE, em entrevista coletiva transmitida agora pouco pela Band News e pela Globo News, está proibida a propaganda eleitoral no dia de hoje, mesmo pela internet, independentemente de quem a propaga.

2 de outubro de 2010

Liberdade de imprensa e Censura

Algum tempo atrás a Carta Capital deu a seguinte capa:


No texto, assinado por Sergio Lirio, a revista afirma que a dita "liberdade de imprensa" não está sob risco algum em solo brasileiro, muito pelo contrário. Percebe-se um número crescente de blogs, jornais diários e revistas semanais e mensais no país. Há uma profusão de fontes e pontos de vista como nunca antes e viu.


A Veja, com o Capítulo V da constituição sendo atacado por uma estrela ninja petista na capa, claramente discorda da Carta Capital. O texto da reportagem, que pode ser lido online pelo Acervo Digital da revista, é bastante longo e por isso não vou reproduzi-lo aqui, mas cabe o seguinte comentário, trecho de artigo publicado no blog do Rogério Christofoletti e reproduzido pelo Observatório da Imprensa:

Impositiva, editorializada, recheada de adjetivos e carente de dados, a matéria de capa – "A imprensa ideal dos petistas" – é assinada por Fábio Portela. Em oito páginas fartamente ilustradas, a Veja desfere frontais ataques ao governo numa espécie de revide após declarações críticas do presidente Lula na semana passada. Lula se queixava da imprensa, o que é natural e esperado de qualquer governante. Veja transforma as reclamações em ações concretas do governo para deter os meios de comunicação e os jornalistas. Este é o raciocínio que – convenhamos – não se sustenta pela absoluta falta de dados da realidade e argumentos no plano discursivo.

Assim como O Estado de São Paulo:

24 de Setembro de 2010
RIO
Reunidos ontem no Clube Militar, no centro do Rio, o diretor de Assuntos Legais da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Rodolfo Machado Moura, e os jornalistas Merval Pereira (O Globo) e Reinaldo Azevedo (Veja) acusaram o governo federal de tentar controlar a produção de notícias e a produção cultural no País desde o início da gestão do presidente Lula, que foi chamado várias vezes de "autoritário".
O tema do painel organizado pelos militares foi "A democracia ameaçada: restrições à liberdade de expressão". O primeiro aplauso do salão lotado veio para Reinaldo Azevedo, quando declarou que a Lei da Ficha Limpa é "escancaradamente inconstitucional". Na única divergência entre os dois jornalistas no debate, Merval disse considerar a lei correta.
Em seguida, Azevedo criticou as restrições propostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) à publicidade de alimentos não nutritivos. Moura afirmou que não há monopólio da mídia no País.
Após a palestra, Merval disse considerar "um ótimo sinal" o Clube Militar fazer uma reunião pela liberdade de imprensa". "É sinal de que eles (os militares) aprenderam alguma coisa."
Mas quem está com a razão? A Carta Capital está louca, compactua ou só é ingênua? Estamos realmente sob o risco eminente de uma censura completa e esmagadora aos meios de comunicação no Brasil, risco tão grande e avassalador que exigira a interferência deles (os militares)? Mas e o Jornal do Futuro? Ainda não sabemos seu posicionamento a respeito do tema. O que a Folha tem a dizer? Isso:



Desde a morte do velho Frias o nível do jornalismo praticado na Folha está em evidente declínio. O Mario Ito Bochinni, sujeito que nem conheço mas pelo qual já me simpatizo, percebeu isso e começou um pequeno site de humor, o Falha de São Paulo, destinado a sacanear os exageros, barrigadas e até algumas mentiras publicadas pela Folha. Certamente não lucrou nada com isso, muito pelo contrário. Deve ter perdido tempo escrevendo, pensando e, principalmente, lendo a Folha. O que ele conseguiu em troca? Um processo e a censura de seu site.

Estamos sob risco de censura no Brasil? Sim! Orquestrado pelos grandes jornais e demais veículos de mídia tradicionais e familiares que publicam o que querem, independentemente da qualidade das fontes e da apuração dos fatos, e impedem que vozes dissonantes sejam ouvidas, tanto críticas quanto satíricas. Perto de uma situação como essa, o grande alarde feito pela descoberta da "censura ao humor" nas eleições deste ano a algum tempo atrás parece piada.

1 de outubro de 2010

Eleições americanas de 72 ou brasileiras de 2010?

"How many more of these goddamn elections are we going to have to write off as lame but "regrettably necessary" holding actions? And how many more of these stinking, double-downer sideshows will we have to go through before we can get ourselves straight enough to put together some king of national election that will give me and the at least 20 million people I tend to agree with a chance to vote for something, instead of always being faced with that old familiar choice between the lesser of two evils?"

- Dr. Hunter S. Thompson in Fear and Loathing: On the Campaign Trail '72